Fecomércio e Fiern veem com 'preocupação' e 'desânimo' novo adiamento da retomada das atividades econômicas no RN
Federações emitiram nota nesta terça-feira (23). Fecomércio cita "consequências nefastas" em longo prazo na economia potiguar.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio) e a Federação das Indústrias do RN (Fiern) emitiram notas nesta terça-feira (23) lamentando o novo adiamento da retomada gradual das atividades econômicas no Rio Grande do Norte, comunicado pelo Governo do Estado. A Fecomércio disse sentir "imensa preocupação" pelo fato.
"Temos contribuído fortemente, desde o início, com todas as ações de suporte à sociedade e, de forma direta e indireta, com os governos municipais e estadual. No entanto, parece que tudo tem sido em vão. O desânimo é inevitável", diz a nota da Fecomércio.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern) também lamentou o fato e disse que estuda medidas judiciais para retomada. "Gradualmente, já agora, era possível ter autorizado o funcionamento de algumas (atividades), em particular, as que geram pouco fluxo de pessoas”, disse o presidente Amaro Sales. Ele afirmou que estuda “o ajuizamento de medidas que possam discutir, no âmbito do poder judiciário, possibilidades de reabertura para algumas atividades” e que "os reflexos de um novo adiamento agravarão as dificuldades já vividas por todos".
O Governo do RN publicou na tarde desta terça-feira (23) um novo decreto em que adia pela segunda vez a retomada das atividades econômicas do estado. A reabertura gradual do comércio começaria nesta quarta-feira, mas foi adiada até o dia 1 de julho. Isso porque ela está condicionada a alguns tópicos, entre eles que a ocupação dos leitos de UTI fique abaixo de 70%, o que ainda não acontece no estado.
A Fecomércio se diz vítima "de uma postura que, por anos a fio, manteve nossa estrutura de saúde pública à beira de um colapso" e cita que "esse cenário além de colocar em risco a vida de todos os norteriograndenses, tem imposto ao setor produtivo do estado a maior e mais profunda crise de sua história, com consequências nefastas e praticamente imprevisíveis a curto, médio e longo prazos".
A entidade lamentou que "todo o trabalho que fizemos não tenha sido suficiente". Esse trabalho, segundo a Fecomércio, incluía também um protocolo técnico de retomada e preparação detalhada de empreendedores e colaboradores. "Seguiremos aguardando – e cobrando - ações efetivas dos gestores públicos que possam viabilizar a retomada, que é urgente", relata na nota.
De acordo com a Fecomércio, "a conta de tudo isso está chegando". "Infelizmente, colecionando portas fechadas, empregos perdidos e histórias de desespero e falta de perspectiva", diz.
De acordo com o boletim de segunda-feira (22) da Secretária Estadual de Saúde do RN (Sesap), o RN registra 730 mortes pelo coronavírus e 19.957 casos confirmados.
Segundo a plataforma Regula RN, que monitora a situação dos leitos no estado, 89 pacientes estão na lista de espera por um leito no estado. A região metropolitana de Natal tem 94,8% de leitos ocupados, a região Oeste 96,4% e o Seridó 92,6%. Os dados foram consultados às 18h40 desta terça-feira (23).
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